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Alimentos puxam inflação
Sexta-feira, 09 de abril de 2010
 
 
Preços de alimentos e bebidas subiram com força pelo terceiro mês seguido e fecharam o primeiro trimestre com a maior alta desde 2007 na Grande Curitiba. A inflação desse grupo de produtos – de 3,16% em março e 5,32% desde o início do ano – também foi a mais forte entre as nove regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, com isso, superou com folga a média nacional. Em todo o país, alimentos e bebidas ficaram 1,55% mais caros em março e 3,69% no acumulado do ano, representando a maior fonte de pressão sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para as metas de inflação perseguidas pelo Banco Central.

A alta de alimentos in natura foi generalizada e, na maioria dos casos, provocada por excesso de chuva e calor nas regiões produtoras. O clima adverso explica as altas do repolho, da alface, da batata-inglesa e do recordista tomate, por exemplo. “O tomate de boa qualidade hoje varia de R$ 5 a R$ 5,50 o quilo, enquanto que no começo do ano não passava de R$ 3”, conta Manoel Batista Lima, dono de uma banca no Mercado Municipal de Curitiba. Mas a alta não inibiu a procura pelo produto, que, segundo Lima, continua “muito boa”.

No caso de leite e derivados, que na região metropolitana de Curitiba (RMC) subiram quase 13% no ano, há mais de uma explicação. Conforme o IBGE, o reajuste se deve ao aumento da demanda; para Gino Schlesinger, chefe do núcleo de pesquisas periódicas do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), é normal que o leite suba entre março e meados do ano. Reajuste ainda mais forte sofreu o açúcar refinado, que, em meio à entressafra de cana, ficou 30% mais caro de janeiro a março.

Bomba desarmada

Sob toda essa pressão, a inflação geral da RMC fechou o mês passado em 0,58% e o primeiro trimestre em 1,78%. Nas duas medições, no entanto, os índices curitibanos ficaram abaixo dos observados na maioria das regiões, ocupando o sétimo lugar do ranking de inflação. A explicação para isso está nos combustíveis.

Após dois meses de forte alta, os preços do álcool e da gasolina nas bombas da Grande Curitiba recuaram 6,17% em março e passaram a registrar deflação de 4,58% no ano. Sob influência dos combustíveis, das passagens aéreas e dos automóveis novos, o grupo de transportes fechou o mês de março com deflação de 2,25% na região de Curitiba, a mais intensa do país. Comparado a outras regiões, o barateamento desse grupo desde o início do ano, de 1,67%, só perde para o observado em Fortaleza (-1,85%).

Incertezas

Se por um lado a expectativa é de que os combustíveis oscilem menos a partir de agora, ainda há muita incerteza em relação aos alimentos. “É difícil fazer um prognóstico. O que os produtores comentam é que, se o tempo firmar, mas sem fazer sol de rachar nem frio muito intenso, é possível que em 40 ou 50 dias os preços das hortaliças tenham um alívio”, diz Valério Borba, gerente da divisão técnica da Ceasa. Até agora deflacionado, o carro novo também ficará mais caro, em razão do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e, provavelmente, pela alta de matérias-primas que tende a ser desencadeada pelo reajuste do minério de ferro.

“O que preocupa é que, como a economia está muito aquecida, há espaço para que os aumentos no atacado sejam repassados ao consumidor”, avalia o economista Eduardo Otero, da Um Investi­mentos. O argumento de Otero, para quem a demanda pode superar a oferta de vários produtos e pressionar a inflação, é hoje o mais comum entre analistas.

Entre a minoria está Fábio Romão, da LCA Consultores. Ele prevê que o IPCA nacional fechará o ano em 4,6%, pouco acima da meta central do BC (4,5%) e bem abaixo da projeção média do mercado (5,2%). “Preços monitorados, que representam 30% do IPCA, ficarão comportados. E os preços livres estarão mais salgados, sim, mas não a ponto de ficar longe da meta. Até porque há sinais de que a economia está desacelerando, o que já se observa nos preços do atacado.”

Fonte: Gazeta do Povo OnLine

 
 
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