ÚLTIMAS NOTÍCIAS / Um gigante que escolheu o caminho errado
Maior fabricante de computadores do mundo, a HP enfrentou queda de 80% nas vendas de smartphones nos últimos cinco anos
Sexta-feira, 12 de março de 2010
 
 

A Hewlett-Packard é um dos fabricantes mais bem-sucedidos de desktops, laptops, servidores e impressoras do mundo. Possui uma marca poderosa e está se tornando um importante provedor de serviços para empresas. No primeiro trimestre fiscal americano, as vendas da companhia aumentaram 8%. Mas no segmento de smartphones – um dos que mais crescem no mercado, com uma previsão de faturar 46% este ano – a HP está tornando-se cada vez mais irrelevante.

As vendas dos handhelds da HP, incluindo a linha de smartphones iPaq, baixaram para US$ 25 milhões no trimestre – no mesmo período do ano anterior, haviam ficado em US$ 57 milhões. A Apple, por contraste, vendeu US$ 5,6 bilhões com seus iPhones e produtos relacionados no mesmo trimestre.

A performance anêmica da HP no mercado de smartphones tem deixado perplexos os analistas. Globalmente, as vendas unitárias de smartphones estão empatadas com as de notebooks. Para 2012, espera-se que os celulares inteligentes superem todo o mercado de computação pessoal. E o maior produtor mundial de computadores está à beira de perder a próxima grande fase da revolução da informática. “Estamos tentando entender se a HP quer fazer parte desse jogo ou não”, diz Kevin Restivo, analista da empresa de pesquisas IDC. “Qualquer que seja a estratégia, a HP precisa se mover rapidamente agora. Nós estamos nos dias felizes de crescimento para esse mercado, e eles não vão durar para sempre.”

A linha iPaq de assistentes pessoais foi assumida pela HP em 2001, com a aquisição da Compaq. A princípio, eram apenas PDAs, como os primeiros Palms. A primeira versão com telefone, rodando Windows Mobile, apareceu no início de 2007, e a HP lançou recentemente uma versão mais atualizada, o iPaq Glisten. O problema é que a empresa colocou pouco esforço no design e no marketing dos dispositivos, e o iPaq ficou obscurecido por produtos de empresas como Research in Motion (dona da marca BlackBerry), HTC e Apple, que são mais bonitos e servem de modo mais eficiente clientes que querem aplicações de produtividade e entretenimento em um único aparelho.

O mau resultado da HP – um raro fracasso dentro da trajetória de seu presidente, Mark Hurd – chega apesar da repetida insistência da empresa em dizer, nos últimos anos, que quer ser um grande competidor no segmento de smartphones. Em 2006, por exemplo, a empresa separou os handhelds em uma unidade de negócios distinta, explicando que a mudança ajudaria a divisão a capitalizar no rápido crescimento dos smartphones e aparelhos semelhantes. Adicio­­nalmente, o atual chefe da divisão de handhelds, Steve Manser, dirigiu anteriormente o desenvolvimento de produtos da Palm. A unidade faz parte do grupo de sistemas pessoais da HP, dirigida por Todd Bradley, ex-presidente da Palm.

A empresa continua a afirmar que entrou com seriedade no segmento, mesmo com as vendas apresentando queda de 80% nos últimos cinco anos. “Estamos comprometidos com essa área”, disse numa entrevista recente Phil McKinney, chefe da área de tecnologia no grupo de sistemas pessoais. Procurado pelo The New York Times, ele não quis discutir os produtos ou planos da empresa nesse segmento.

No Mobile World Congress, maior evento da área de mobilidade, realizado em Barcelona, há duas semanas, a maior parte dos concorrentes da HP no ramo dos PCs – gente como Dell, Lenovo e Asus – apresentou modelos de telefones. Já a HP apresentou-se quase como um zé-ninguém. Não fez qualquer anúncio, limitando-se a dizer que pretende vender um pequeno laptop baseado em Android que irá rodar um chip ARM de baixo consumo de energia, produzido pela Qualcomm. Mesmo a Microsoft tendo dito que espera que a HP ofereça um smartphone equipado com o novo Windows Mobile, McKinney fugiu do assunto.

Na verdade, parece que a HP está colocando seu foco em produtos próximos à categoria. Observando que já existe muita competição entre fabricantes de smartphones, McKinney apontou para o Slate, um tablet que a HP lançará ainda este ano, para concorrer diretamente com o iPad, da Apple. “Não vou dizer que não estamos focados em telefones, mas estamos olhando para ver se há oportunidades nesses novos formatos”, disse, em outra entrevista. Segundo ele, a HP está fazendo experimentos com dispositivos com telas de vários tamanhos. “Há claramente uma lacuna para aparelhos que tenham tela com mais de 3,5 polegadas e menos de 9 polegadas.”

 

Fonte: The New York Times

 
 
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